
TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)

TANGS & PROTOS, ESAD.CR (2001)
Tangs & Protos, 2001
Corpos ou tangs…protos ou corpos!
“Este projecto foi realizado durante dois anos de pesquisa, investigação e produção: descobrir e estudar questões relacionadas com o sensorial, com o campo das sensações tácteis.
Tangs e protos, são formas orgânicas tridimensionais realizadas em tecido e enchidas com uma fibra sintética, ou formas negativas do corpo.
Os tangs são formas fixas, simples, geométricas e incorporáveis, normalmente instaladas em superfícies verticais: paredes, painéis e estruturas.
Os protos são objectos ou modelos para livremente experimentar, podendo ser vestidos, incorporados, manipulados pelo público e são normalmente instalados em superfícies horizontais ou em passagens próximas dos espectadores.
Os nomes que dei para identificá-las, as meias–palavras ou as palavras cortadas, os meios objectos ou os objectos perfurados, soam a coisas que ainda não se completaram, não totalmente preenchidas, como se faltasse sempre a outra metade.
A palavra tang, corresponde às primeiras letras da palavra tangível ou tangibilidade. Incorpora assim e na sua totalidade o significado que representa.
Os protos ou protótipos para vestir, são modelos para incorporar. Jogo linguístico, ou verbal, ao mesmo tempo formal e conceptual.
Abordagem á experiência táctil do indivíduo enquanto ser sensível, às relações de interioridade com a exterioridade do corpo, outrora designadas pelas relações da alma com o corpo.
Este tipo de relações, pela qual a alma era informada do estado do seu corpo através dos nervos distribuídos ao longo de todo corpo, pode denominar-se de cinestésica, na exterioridade ou nas sensações externas, excitadas pelos sentidos e pelas representações do mundo para a alma.
Há sempre uma falta, uma ausência, uma fenda à espera de ser corrigida ou completada por outra. Ausência constante, enquanto não houver outro corpo que as incorpore. O corpo, a massa do corpo que falta, a massa retirada do corpo é imensa, infinita a percorrer, a tocar, a olhar, a resistir, a suster como um peso e como um olhar, como um olhar de um peso.
O corpo com orifícios, buracos, fendas, as zonas que não dão nada ver, não revelam nada!
A visão não penetra, apenas acompanha separações.
É um tocar que não absorve, que se move ao longo dos traços e contracções que inscrevem e escrevem um corpo.
O corpo-objecto, o corpo aguarda outro corpo não-objecto.
Os tangs e os protos, são esses corpos sem corpo, massas de corpos sem massa, corpos flácidos à espera dos outros corpos.” (…)
Ricardo Almeida, 2001
Exposição Finalistas Artes Plásticas, 2001, ESAD.CR
Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, IPL.