Formas de Manipulação, 2004
“Tangs…tang?!
Tang de tangibilidade, de tangível…acto ou efeito de tocar…que se pode tanger, tocar ou apalpar…qualidade de sensível; palpável, um objecto é tocado, sente-se qualquer coisa…uma sensação!
O meu trabalho é desenvolvido a partir do corpo. Apropriações, extensões, próteses do corpo concretizadas em formas orgânicas (tangs) com aberturas para interior e exterior, à semelhança do corpo humano. Estas formas ou tangs não são mais do que continuidades orgânicas do nosso corpo, com entradas e saídas. São idênticas aos orifícios, aos buracos de expulsão e consumo de substâncias do corpo…
Os objectos quebram o distanciamento do espectador em relação à obra.
As suas características plásticas mais peculiares como a forma, a cor ou o conforto ergonómico, permitem um bom desempenho na acção de quem antes observa e depois age ou toca na peça.
São realizadas em sarja crua, algodão e no enchimento fibras sintéticas (conforel, esferovite, esponja, etc).
Estes objectos têm esse poder de persuasão sobre as pessoas/público, as aberturas para o exterior e interior foram realizadas a partir das medidas do nosso próprio corpo, isto é, quem observa à partida já sabe que parte do corpo deverá introduzir no tang, a parte que falta! Toda a concepção das peças e em particular as suas aberturas foram estudadas a partir de dentro, ou seja, os orifícios de cada objecto são os negativos do corpo.
O lado sensorial e táctil das coisas permite-nos ter a consciência do mundo em que vivemos…nalgumas peças este lado é explorado a partir de determinadas sensações diferenciadas.”